sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Divagar

1 ano, 4 meses e 3 dias sem escrever nada aqui. Então isso pede uma explicação? Às vezes para se encontrar é necessário voltar pra última memoria, buscando onde foi que o sinal morreu, onde perdeu-se a referência ou onde foi que desistimos de levantar a bandeira do "eu estou no controle A-I-N-D-A!"

Os dias passaram, foram muitos, intensos, cheios de conteúdo, trabalho, amor, perrengues (sempre) e dessa vez uma sensação de "até quando vai ser assim?". Se é pra falar da maternidade, tenho muito a dizer. Mergulhei de cabeça! Sinto que a missão dada está sendo cumprida, entre uma culpa e outra, entre um nervoso ou insegurança, entre o amar muito e amar demasiado. Marina é uma criança que nos encanta! Hoje ela já canta clássicos como "Ela é americana, da América do Sul...", fala inglês... I love you. Francês, mon´amour! Alimenta-se com certo rigor, fica doente na creche, é cuidada pelas avós e todo nosso tempo está dedicado a medir o quanto somos suficientes como pais.

Então existe uma certa sombra que me acompanha... aquela Paty que trabalha na Oi (ainda!), aquela Paty dos esportes, das corridas, dos blogs, do twitter, dos filmes de arte, das visitas aos amigos, do trabalho voluntario, dos planos de férias, passeios ao ar livre, da liberdade de ir e vir.

Não estou a reclamar, mas a constatar que escolhi um caminho estreito, uma direção apenas, pouca reflexão, muito mais ação, deixando de lado tantos pensamentos, podando tantas vontades, planejando nada, caindo de sono e cansaço e levando ainda o sorriso no rosto. Não quero falar da maternidade. Já vivo isso 200% do meu tempo e AMO! E por isso é necessário equacionar uma vida inteira, com pedaços de mim também, do que fui e serei.

2014 tá acabando e agora, mais do que nunca, pela razão da Marina completar ano em dezembro, a virada do ano é ainda mais imperativa nos dizendo O TEMPO PASSOU, PASSOU, PASSOU...
"E o que você fez? O ano termina e nasce outra vez..." A constatação de que as mudanças já não vem ao acaso e que a gente precisa fazer escolhas mais difíceis e em tempos corretos, deixa um desanimo pelo que virá, um medo de nunca acontecer aquilo que queremos sem saber.

Dias difíceis se vão, chegam outros cheios de nublado de aconchego e vive-se por esses momentos de conforto mas tão pouco concretos, sem estrada ou caminho. Parecem histórias isoladas, soltas num enredo sem pé nem cabeça, cantadas em cirandas felizes, mas sem qualquer realidade. Mentira! Não se pode esquecer do quanto pode ser pior.

A verdade é que venho me permitindo dormir tarde como hoje para escrever um pouco, procurando por mim, sigo sem encontrar respostas, procuro nos outros a reposta certa e quando consigo costurar uma justificativa parece que fiz minha parte, mas a onde me joga sempre pro mesmo ponto. E aí? Qual o próximo passo?

Dormir, pro dia nascer feliz e a gente começar a correr...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Tá chegando a hora =[


Pra quem teve sempre a convicção de que colocaria o filho numa creche, eu até que mudei muito rápido de idéia. Definitivamente: quando a gente se torna mãe todas as teorias viram pó muito rapidamente e a gente só consegue escutar a batida do coração. E, como tudo na vida, cada um vai costurando as escolhas de acordo com o que lhes é apresentado. No nosso caso, a primeira impressão da creche que pretendia colocar não foi boa, ouvimos nos dias pré-decisão  várias experiências negativas em creche, além do um medo danado de ver minha Marina doente, somado a indicação de uma boa pessoa pra cuidar dela e finalizado com o ajuste no orçamento: BABÁ na cabeça.

Em tempo: existem creches maravilhosas onde eu  gostaria de deixar Marina, mas não cabia no meu bolso. Estamos oferecendo o que julgamos ser melhor dentro das possibilidades e o medo de escolher errado sempre existe e nunca vai ser diferente em se tratando de filhos.

Na pratica estou a uma semana tendo que deixar minha neném no colo de outra pessoa. Já chorei, já apertei ela depois da Gerlane (a babá) ir embora e morro de saudade só de pensar na volta ao trabalho. Pois é, dentro de alguns dias, mais precisamente 1 mês acaba a licença maternidade. Não posso reclamar, afinal serão 6 meses e mais 20 dias de férias dedicados única e exclusivamente a cuidar da minha pequena. MAS, é claro que eu vou reclamar! Como vai ser viver sem esse cheirinho, esse chamego do qual eu não quero nunca mais me separa?

Não é fácil, mas é importante que tanto eu como Marina tenhamos nossa própria vida né? Nem quero pensar na volta ao trabalho, embora sonhe toda noite com isso. Será que vou dar conta? Vou ficar nervosa, com enxaqueca? Conseguirei sair no horário a partir de agora? Arrumarei tempo pra administrar tudo isso?

Se estou preparada, não importa. Dia 08 de julho passarei o crachá na catraca e retomarei minhas atividades laborais, com coração apertado sim, mas eu realmente não tenho do que reclamar.

domingo, 5 de maio de 2013

Acabou a espera: Nasceu Marina!


36 semanas, quinta feira, 20 de dezembro, às 9:10h ela nasceu. Foi completamente inesperado, mas perfeito. Num dia de semana normal em que eu iria trabalhar e comparecer a mais uma confraternização, antes que pegasse direito no sono, 2:00h da manhã começam os primeiros sinais: perda de liquido, dor de barriga (acho que foi de medo) e leve contrações. Eu realmente não sabia ainda se ela iria nascer, afinal primeiro filho é tudo muito estranho, mas ao passo que as contrações aumentavam de intensidade e freqüência corri pra engomar as únicas peças de roupa lavadas e então arrumar a mala da maternidade. Sim, arrumar o que devia estar pronto. Só a Marina estava pronta, nem a mãe dela estava.




Em algumas horas havia uma criança, minha filha, a esperada Marina, tão pequena, tão frágil aos meus olhos e tão dependente de mim. Na minha cabeça passavam muitas sensações! A alegria e por que não dizer orgulho do meu parto normal, da minha superação pessoal, o pensamento ainda em emails do trabalho não respondidos, pendências, muitas pendências, os encontros natalinos marcados, a possível viagem para a serra no fim de semana, aquela noite de sono de despedida... hahahaha Quem disse que a vida é tão programável assim?
Em casa,  completamente reestabelecida e disposta (viva o parto normal), no dia seguinte chego com meu pacotinho nos braços. O pai passou uma semana chorando sempre que olhava pra ela, lágrimas de gratidão e felicidade pelo sonho realizado, pela graça alcançada, mesmo pra um cético como ele. Eu só conseguia enxergar responsabilidades e medo, muito medo, de tudo o que pudesse acontecer a um ser tão pequenino. E dependia de mim, única e exclusivamente – era o que pensava e pesava. Cuidado pra não ter mosquito no cortinado, se não arrotou vai engasgar, tá gemendo, botando a língua pra fora como se fosse vomitar, só dorme, não dorme, não quer mamar, engasgou com o leite.... ah, não dá pra enumerar a quantidade de medos que passaram e ainda passam diariamente na minha cabeça. Ictericia, eritema toxico, carocinho no rosto, cocô verde... onde era que estavam essas leituras nos tantos blogs e livros que busquei durante a gestação? E as amigas com bebe que visitei não me falaram nada a respeito.... tudo isso me soava como: Patrícia, ninguém tem esses medos e nóias não... só tu mesmo, bicha besta! Daí pronto, vesti a carapuça da mãe ultra insegura e que passa toda essa insegurança pro bebê. Gente, eu pirei, com certeza.

Cólicas, o leite que parecia acabar e mais uma vez o desespero de sentir que nada mesma estava ao meu alcance, ao meu controle. Marina chorava e eu chorava junto, por vê-la chorar e por me sentir culpada em não saber fazê-la parar de chorar. Felizmente a natureza, o tempo e os pais e bebês se encarregam de encontrar um caminho para lidar com as etapas que surgem.

Hoje Marina está com mais de 4 meses. Meus dias tem sido cuidar exclusivamente dela, do jeito que acho certo, do jeito que li, que me disseram, que eu consigo. A salada de pensamentos continua sobre o que é certo. Educação com apego, peito à livre demanda com uma certa rotina? Rotina rígida, técnicas para fazê-la dormir no berço? Não existe fórmula, minha gente, essa é das poucas certezas que tenho, uma outra delas é que eu sei amar muito a minha filha e espero que isso seja pelo menos meio caminho pra chegar onde queremos.




Espero a partir de agora retomar um pouco o blog. Assunto é que não vai faltar!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

30 semanas e um juízo aperreado

Pronto! Foi dada a largada para a temporada (com duração de aproximadamente 10 semanas) de ansiedade, medos, tentativas vãs de adivinhar como será Marina aqui em casa e o desespero de ver que ainda não tem nada no lugar. Hoje finalmente instalamos o ar condicionado no quarto e os móveis estão com agendamento de montagem para dia 29/11. Não tem jeito, o quarto só estará prontinho mesmo às vésperas, talvez no Natal, quando espero finalmente me esticar na cama, alugar  filmes, dormir até mais tarde e poder receber amigos em casa para o "esquenta". Rsrs

Ainda tem o tal chá de fraldas - que tem dado trabalho e gastos, viu?! Eu definitivamente não tenho muito jeito pra isso, mas conto com a generosidade e amor de pessoas próximas que vão me ajudar. Eu sofro quando preciso lidar com expectativas, então já sabem... a boa noticia é que isso vai passar e então vou me dedicar exclusivamente (mais ou menos, pois ainda trabalho até o Natal) aos preparativos finais pra chegada da Marina.

Ontem senti a dor e a delícia das compras necessárias da minha pequena. Ter um bebê menina é um desafio de controlar os gastos – pois tudo de menina é lindo e as opções são infinitas – e não fazer um enxoval todo rosa e lilás. Difícil encontrar outras cores, na verdade até existem, mas aí tem bordado um carrinho, uma bola... até quando essa separação? A minha sorte é que gosto de rosa, acho bonito, terno, feminino. Mas daí rapidinho você gasta horrores e sinceramente não adianta se estressar com isso, a gente parcela e pede a Deus por prosperidade.

Vira e mexe, nas minhas lidas em fóruns da internet eu fico descobrindo coisas com as quais sonho na noite seguinte. É parto prematuro, dificuldade de amamentar e a terrível sensação que a criança nasce sem que nada esteja ok. Essa aflição vem e vai e espero que isso não altere a minha pressão.  Fiquei até menos ansiosa com as consultas, pois todo meu pensamento tem sido direcionado para as pendências a resolver. E não apenas até o nascimento, mas principalmente o depois. Preciso de uma pessoa em casa me ajudando (fora minha mãe)?  Se Marina chorar sem parar nos primeiros dias?  Se tiver cólicas? Se não mamar direito? Se eu sentir muuuito sono e ficar triste? Aí geralmente o que me salva nessas horas é o tradicional jogo do contente. Penso que vou estar bem no lucro caso ela nasça perto dos 9 meses e um dia depois venha pra casa. Pronto! Isso me alivia a alma e me faz pensar no que realmente importa.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Tenho dúvidas, saudade e xixi

Então estou entre o 6º e 7º mês e a contagem do tempo continua muito confusa. Tem exame que me diz que estou na 28ª  mas se olho pra US morfológica deveria estar na 29ª. Somado isso  a outros fatores, eu que tenho ficado cada vez mais desconfiada desses obstetras,  fico pensando que vão me induzir a um parto cesariana antes do tempo. Esse por enquanto é meu maior medo. Ultimamente me decepcionei com o meu obstetra e comigo mesma, afinal se queria levar a sério um parto normal deveria ter procurado um profissional que me apoiasse nisso e não ter me deixado levar por m simples “sim, eu também faço parto normal”. E ponto. Fico assistindo aos programas de TV e é parece que o parto normal requer muito mais preparo do que simplesmente esperar pela boa hora. Meu médico finge aceitar, é essa a sensação que eu tenho.

A Marina, segundo ultimo exame, está sentada e acho que permanece assim pois eu sinto as mexidas sempre nos mesmos locais. Se assim continuar, vamos para a faca. Meu maior objetivo é conseguir esperar até 40 semanas pelo menos e quem sabe entrar em trabalho de parto. Essa sim é uma frase legal de se dizer e não sair por aí falando: “marquei meu parto pra próxima quarta-feira, espero vocês lá!”
Chateações à parte,  estou finalmente de férias – 10 dias para resolver tudo que conseguir e esperar Marina um pouco mais despreocupada. São livros para ler, coisas, muitas coisas para comprar e o dinheiro pra tudo isso a gente vai regando até o dia que ele brotar de uma árvore. Tudo é lindo e tudo é caro. Uma parte a gente faz pela criança e a outra (até maior) é por nós mesmos, pelo que achamos ser certo, necessário, bonito, responsável e nos faz sentir que estamos quites com os padrões de comportamento/consumo dessa fase.



Vou fazer o chá de fraldas com a ajuda da Érika nesse mês, dia 24. Vamos receber os móveis, o enxoval, comprar roupinhas, carrinho, bebê conforto, etc, etc. Nem vou listar aqui pra não me assustar. São muitos detalhes, mas eu consigo!

Pela evolução de peso, a Marina deve nascer pesando pouco, acho que no máximo 3 kg, afinal eu não posso esticar tanto assim a barriga né? A natureza sabe o que faz. A barriga pesa, a ansiedade cresce junto com ela e eu fico pensando na mãe que quero ser, na mãe de devo ser e na mãe que conseguirei ser.

Já tô com aquela saudade antecipada da barriga, das mexidas, da expectativa, da beleza de carregar um barrigão, do paparico de todos a minha volta, da força que a gente sente quando está grávida. O espelho não me desagrada, adoro a minha barriga, adoro ter essa sensação divina de formar um ser através do meu corpo, sou grata por isso.



Mas afinal nem tudo são flores e entrei na fase do xixi por minuto. Se tomar a água que devo tomar diariamente, me mudo pro banheiro de vez. A movimentação também é reduzida, a barriga pesa, atrapalha e me causa dores nas costas.

Janeiro tá batendo aí gente e a nossa vida vai mudar pra sempre. Uhhhurruuuu!!!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Forma, reforma e a tal morfológica

5 Meses! Eu agora carrego uma forma de GRÁVIDA! A barriguinha já não me torna uma pessoa apenas descuidada e gorda, a Marina mexe e eu percebo perfeitamente. Nesse mês surgiu uma dor aguda na região da bacia. Fiquei com medo de precisar ter uma gestação meio estátua e de só piorar com o tempo. Até que, entre consultas à fisioterapeuta e leituras na internet, percebi que o problema era a maneira de me movimentar. Explico: até então eu pensava que estava tudo como sempre foi antes, que eu poderia continuar me abaixando em faxinas pela casa, subindo meus dois lances de escadas bem ligeiro e com sacolas de compras pra mostrar que eu não era uma grávida com frescuras. Mas aprendi rapidinho que não é frescura nem fragilidade, são mudanças necessárias para adaptar-se às transformações do corpo. A dor passou e agora eu ando mais devagarinho e possivelmente vão me chamar de pata nos últimos meses.
Dia 17 foi minha consulta mensal no obstetra. Mais um momento feliz de ver nossa princesa naquela tela preta e cinza. Ela tava com soluço na hora, eu acho, ficou abrindo a boca, colocando a língua pra fora... e em alguns momentos o rostinho ficou bem notável. Uma delícia. A gente grava tudo e fica repetindo em casa e mostrando pros avós acompanharem. Nesse mês, a ansiedade maior foi pela US morfológica, aquele exame detalhado onde o radiologista faz um zoom de cada órgão e analisa se a formação está de acordo com o período da gestação e se, de cara, encontram alguma anomalia. Não sei se contei aqui, mas por não saber que estava grávida, durante os 3 primeiros meses fiz uso de alguns medicamentos, entre outras estripulias.  Dois deles foram o albendazol e secnizadol, aquele das vermes. Conversando com obstetra ele alertou para possível influencia deles no desenvolvimento do bebê e por isso esse exame era crucial para nós. O resultado foi que está tudo NORMAL. Que alívio! O problema é que a espera de fazer esse exame e a própria postura da radiologista me deixaram  tão zangada e insegura que fiquei meio com o pé atrás. Eu esperei por pelo menos 4 horas pra realizar o exame e a moça que manipulava o equipamento era fria e de pouquíssimas palavras. Os pais, assim de primeira viagem, querem fazer a festa na hora dos US, eu sei. Se deixar a gente começa a falar aquele idioma que nós adultos julgamos ser o mesmo dos bebês... tudo no diminutivo com um tom de voz fininho e idiota, etc, etc. Bem, o meu obstetra confia muito nessa criatura e eu após refletir se faria ou não outro exame desses, decidi que vou confiar também e ficar feliz com a palavra que prevalece no laudo: NORMAL.
Quanto aos preparativos operacionais tivemos finalmente evoluções. Nos livramos de alguns móveis para liberar o quarto pra ela, mas ainda tem muito treco sem destino. Enxoval encomendado (apesar da eterna indecisão sobre a composição dos tecidos), ar condicionado, móveis e layout do quarto fechado! Em outubro a expectativa é pela execução das primeiras reforminhas, pinturas e comprinhas das miudezas. Os móveis e o enxoval chegam em novembro, junto com 10 dias merecidíssimos de férias - quando pretendo organizar o chá de fraldas. Nessa hora vou pedir ajuda das amigas cheias de desses dotes de organizar festinha, pois eu mesma nunca organizei uma e morro de medo de nunca saber.
A próxima consulta está pro fim de outrubro quando já terei meus 6 meses de gestação! A partir daí a barriga deve esticar e o medo das estrias continua. Outros medos também rondam o consciente e inconsciente e os sonhos às vezes me assustam. Geralmente sonho com a Marina nascendo como uma criança de 1 ano e 6 meses?! Cabeludinha, com unha grande e todos os molares... rsrsrs mas nessa noite sonhei com sangramento :(  Pelo que tenho lido e conversado com as amigas grávidas os medos e inseguranças são levados aos sonhos e pesadelos, que somados às pequenas culpas que surgem fazem essa aventura da maternidade a maior pela qual já passamos.

OBS: Andei descuidando da alimentação e me deixando levar um pouco mais pelos doces e carboidratos, isso porque engordei 1kg até agora. Mas tá errado. Todo dia eu tenho que lembrar disso.

sábado, 1 de setembro de 2012

Preocupações, anseios e aprendizados

São tantos preparativos que já estou ficando tensa, afinal não apenas nós, mas também a casa precisa se ajustar à chegada da Marina. E por mais que queiramos fugir dos protocolos modernos de quartinho decorado, enxoval e blá blá blá, os custos são bem elevados e o tempo é curto. Ficamos na nóia de considerar um possível parto pré-maturo e tudo precisaria estar pronto em novembro, já. 

Setembro chegou, e com ele a metade da gestação.
Há dois dias Marina andou pulando na barriga de um jeito que pude sentir. Cada cutucada dela é um sorriso meu, um momento nosso, a certeza de viver um milagre todo dia. O Robertson ontem conseguiu compartilhar desse momento e é muito gostoso. Dizem que depois vou sentir dor com tanta mexida dela, mas que assim seja, pois isso acaba sendo o termômetro de que está tudo bem. Fico tentando descobrir os horários que ela dorme pra ir supondo como será após seu nascimento.

Mas voltando ao assunto dos preparativos, ainda não parti pra ação de nada, mas muitas coisas já estão claras na minha cabeça e isso, pra uma criatura indecisa como eu, já é um grande passo. O Robertson viaja próxima semana e quando ele voltar espero estar mais disposto a me ajudar nessa maratona. Queria muito pedir uns dias de férias para preparar as coisas com calma e também curtir meu barrigão. O trabalho consome minha semana quase que completamente e os sábados são muito insuficientes para arrumar tudo, descansar e cumprir a rotina social.

No mais eu me sinto muito feliz de não sofrer com nenhum efeito hormonal causado pela gravidez e espero que só o peso da barriga seja desconfortável nos próximos dias. Ah, e tenho pensado muito sobre o parto, tenho xeretado a vida de todas as mamães do meu convívio perguntando sobre como foi o parto delas. Prevalece a tal cesariana, de acordo com a preferência dos obstetras por aí. Sabe-se que é puramente conveniente proceder com um parto agendado, programado, monitorado e parcialmente previsível. Um parto normal foge muito ao controle dos médicos, assim penso, e ter a frieza, conhecimento e a segurança necessária para apoiar uma mulher num momento tão frágil e decisivo não é mesmo tarefa fácil.

A cesariana me incomoda pela  idéia de “escolher” a data do nascimento e de não estar tão recuperadas nos primeiros dias para cuidar do bebê. Mas como é difícil sentir segurança para um parto normal nos dias de hoje!  Não quero fixar a idéia do parto normal pra não me frustrar caso não aconteça, mas também não quero desistir fácil dessa idéia. No entanto, precisarei de esforço e energia empenhados em encontrar um profissional que me ajude e que aceite meu plano de saúde. Pensa que é fácil né? São muitas escolhas e decisões a serem tomadas, das mais simples às mais complexas e tudo muito rápido. Pra mim não há aprendizado melhor.