domingo, 5 de maio de 2013

Acabou a espera: Nasceu Marina!


36 semanas, quinta feira, 20 de dezembro, às 9:10h ela nasceu. Foi completamente inesperado, mas perfeito. Num dia de semana normal em que eu iria trabalhar e comparecer a mais uma confraternização, antes que pegasse direito no sono, 2:00h da manhã começam os primeiros sinais: perda de liquido, dor de barriga (acho que foi de medo) e leve contrações. Eu realmente não sabia ainda se ela iria nascer, afinal primeiro filho é tudo muito estranho, mas ao passo que as contrações aumentavam de intensidade e freqüência corri pra engomar as únicas peças de roupa lavadas e então arrumar a mala da maternidade. Sim, arrumar o que devia estar pronto. Só a Marina estava pronta, nem a mãe dela estava.




Em algumas horas havia uma criança, minha filha, a esperada Marina, tão pequena, tão frágil aos meus olhos e tão dependente de mim. Na minha cabeça passavam muitas sensações! A alegria e por que não dizer orgulho do meu parto normal, da minha superação pessoal, o pensamento ainda em emails do trabalho não respondidos, pendências, muitas pendências, os encontros natalinos marcados, a possível viagem para a serra no fim de semana, aquela noite de sono de despedida... hahahaha Quem disse que a vida é tão programável assim?
Em casa,  completamente reestabelecida e disposta (viva o parto normal), no dia seguinte chego com meu pacotinho nos braços. O pai passou uma semana chorando sempre que olhava pra ela, lágrimas de gratidão e felicidade pelo sonho realizado, pela graça alcançada, mesmo pra um cético como ele. Eu só conseguia enxergar responsabilidades e medo, muito medo, de tudo o que pudesse acontecer a um ser tão pequenino. E dependia de mim, única e exclusivamente – era o que pensava e pesava. Cuidado pra não ter mosquito no cortinado, se não arrotou vai engasgar, tá gemendo, botando a língua pra fora como se fosse vomitar, só dorme, não dorme, não quer mamar, engasgou com o leite.... ah, não dá pra enumerar a quantidade de medos que passaram e ainda passam diariamente na minha cabeça. Ictericia, eritema toxico, carocinho no rosto, cocô verde... onde era que estavam essas leituras nos tantos blogs e livros que busquei durante a gestação? E as amigas com bebe que visitei não me falaram nada a respeito.... tudo isso me soava como: Patrícia, ninguém tem esses medos e nóias não... só tu mesmo, bicha besta! Daí pronto, vesti a carapuça da mãe ultra insegura e que passa toda essa insegurança pro bebê. Gente, eu pirei, com certeza.

Cólicas, o leite que parecia acabar e mais uma vez o desespero de sentir que nada mesma estava ao meu alcance, ao meu controle. Marina chorava e eu chorava junto, por vê-la chorar e por me sentir culpada em não saber fazê-la parar de chorar. Felizmente a natureza, o tempo e os pais e bebês se encarregam de encontrar um caminho para lidar com as etapas que surgem.

Hoje Marina está com mais de 4 meses. Meus dias tem sido cuidar exclusivamente dela, do jeito que acho certo, do jeito que li, que me disseram, que eu consigo. A salada de pensamentos continua sobre o que é certo. Educação com apego, peito à livre demanda com uma certa rotina? Rotina rígida, técnicas para fazê-la dormir no berço? Não existe fórmula, minha gente, essa é das poucas certezas que tenho, uma outra delas é que eu sei amar muito a minha filha e espero que isso seja pelo menos meio caminho pra chegar onde queremos.




Espero a partir de agora retomar um pouco o blog. Assunto é que não vai faltar!

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