São
tantos preparativos que já estou ficando tensa, afinal não apenas nós, mas
também a casa precisa se ajustar à chegada da Marina. E por mais que queiramos
fugir dos protocolos modernos de quartinho decorado, enxoval e blá blá blá, os
custos são bem elevados e o tempo é curto. Ficamos na nóia de considerar um possível
parto pré-maturo e tudo precisaria estar pronto em novembro, já.
Setembro chegou, e com ele a metade da gestação.
Há
dois dias Marina andou pulando na barriga de um jeito que pude sentir. Cada cutucada
dela é um sorriso meu, um momento nosso, a certeza de viver um milagre todo
dia. O Robertson ontem conseguiu compartilhar desse momento e é muito gostoso.
Dizem que depois vou sentir dor com tanta mexida dela, mas que assim seja, pois
isso acaba sendo o termômetro de que está tudo bem. Fico tentando descobrir os
horários que ela dorme pra ir supondo como será após seu nascimento.
Mas
voltando ao assunto dos preparativos, ainda não parti pra ação de nada, mas
muitas coisas já estão claras na minha cabeça e isso, pra uma criatura indecisa
como eu, já é um grande passo. O
Robertson viaja próxima semana e quando ele voltar espero estar mais disposto a
me ajudar nessa maratona. Queria muito pedir uns dias de férias para preparar
as coisas com calma e também curtir meu barrigão. O trabalho consome minha
semana quase que completamente e os sábados são muito insuficientes para
arrumar tudo, descansar e cumprir a rotina social.
No
mais eu me sinto muito feliz de não sofrer com nenhum efeito hormonal causado
pela gravidez e espero que só o peso da barriga seja desconfortável nos
próximos dias. Ah, e tenho pensado muito sobre o parto, tenho xeretado a vida
de todas as mamães do meu convívio perguntando sobre como foi o parto delas.
Prevalece a tal cesariana, de acordo com a preferência dos obstetras por aí.
Sabe-se que é puramente conveniente proceder com um parto agendado, programado,
monitorado e parcialmente previsível. Um parto normal foge muito ao controle
dos médicos, assim penso, e ter a frieza, conhecimento e a segurança necessária
para apoiar uma mulher num momento tão frágil e decisivo não é mesmo tarefa
fácil.
A
cesariana me incomoda pela idéia de “escolher”
a data do nascimento e de não estar tão recuperadas nos primeiros dias para
cuidar do bebê. Mas como é difícil sentir segurança para um parto normal nos
dias de hoje! Não quero fixar a idéia do
parto normal pra não me frustrar caso não aconteça, mas também não quero
desistir fácil dessa idéia. No entanto, precisarei de esforço e energia empenhados
em encontrar um profissional que me ajude e que aceite meu plano de saúde. Pensa
que é fácil né? São muitas escolhas e decisões a serem tomadas, das mais
simples às mais complexas e tudo muito rápido. Pra mim não há aprendizado
melhor.
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